domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sobre Red Bull e Energéticos no Esporte

este texto foi me repassado pelo Prof. Claudio Café, atraves de um Fisiologista amigo dele.

RED BULL, o energético que rouba a energia do atleta!

Prof. Cláudio Café, quem lhe envia esse e-mail é Paulo Roberto, fisiologista atual do Depto. Médico do GR Barueri, o mais novo caçula da 1ª divisão do futebol paulista e já disputando a série B do Campeonato Brasileiro, e Professor responsável pela área de fisiologia do Curso de Medicina Esportiva do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo. O meu amigo Luis Inarra, com quem já trabalhei na Portuguesa a 4 anos atrás pediu que fizesse esse contato com você para dar algumas explicações científicas sobre a bebida energética RED BULL. Prof. Café, o RED BULL contém a Cafeína em grande quantidade o que induz a estimulação do Sistema Nervoso Central (SNC), propiciando maior quantidade de trabalho físico pelo organismo, e com isso exaurindo as reservas orgânicas de minerais importantes como o (ferro que age na formação da hemoglobina que transporta oxigênio para o organismo) e espoliando eletrólitos importantes (cálcio, magnésio, potássio) desidratando o atleta. Lembrando que essas bebidas tem álcool, que sabidamente desidrata o nosso organismo. Além disso, o RED BULL pode afetar a resposta do coração dos atletas, pois a adrenalina proveniente do sistema nervoso simpático é um hormônio que potencializa o seu trabalho cardíaco podendo gerar arritmias no coração. O RED BULL libera grande quantidade de adrenalina dos neurônios. A adrenalina, transportada pela corrente sangüínea até as células musculares, liga-se a sítios receptores específicos na membrana celular do músculo e ativa a proteína G. Assim que estes sítios na membrana plasmática são ocupados, a adenilato ciclase é convertida de um estado de repouso inativo a um estado de atividade máxima. A adenilato ciclase produz o AMP cíclico (AMPc) a partir de ATP. O AMP cíclico está no interior da célula e fica aumentado no músculo de 100 vezes ou mais. O AMP cíclico ativa a proteína quinase e esse é o primeiro passo numa amplificação em cascata que converte a proteína quinase de sua forma inativa em ativa. Esta por sua vez transforma a fosforilase b (inativa) em fosforilase a (ativa) e esta estimulação da fosforilase promove a quebra do glicogênio (utilização de glicose do músculo) produzindo grandes quantidades de glicose1-fosfato e, a partir dessa, glicose-6-fosfato. A conversão da fosforilase b a fosforilase a é considerada como mecanismo para aumentar a velocidade da glicogenólise (quebra do glicogênio, que é o combustível do músculo). Por outro lado, não só a fosforilase é ativada por uma elevação na concentração de AMP cíclico, mas também a proteína-quinase ativa converte a glicogênio-sintase ativa em sua forma inativa. Assim, o desdobramento e a síntese de glicogênio não ocorrem simultaneamente, um aspecto importante do controle metabólico do glicogênio.
Embora o músculo esquelético contenha pouca quantidade de glicogênio, quando comparado ao fígado, o glicogênio muscular é essencial ao organismo porque sua quebra pela fosforilase ativa (uma enzima) fornece uma fonte imediata de glicose 6-fosfato para ser metabolizada na glicólise até ácido láctico e para produção de ATP, fornecendo energia para as atividades violentas e rápidas. Contudo, o PERIGO da utilização do RED BULL é a velocidade exagerada de uso e o efeito potencial sobre as estruturas orgânicas aumentando em muitas vezes de forma artificial o metabolismo do corpo (doping). O atleta momentaneamente sente – se cheio de energia, tende a falar mais rápido, pode ter insônia, não se alimenta direito e o cansaço aparece mais tarde quando o efeito fisiológico aumentado começa a diminuir. Pra amenizar o problema, se não tiver jeito de parar com isso, oriente os atletas a evitar o café, chá e coca-cola, pois esses tem muita xantina e teobromina, que são estimulantes. Faça os atletas beberem bastante água (2 litros) para tentar eliminar esses efeitos ruins. Bom, eu nem imagino como é a estrutura de um clube aí no oriente médio, mas pra você ter uma idéia de como alguns países emergentes do futebol estão se preocupando com a melhoria das condições para a prática do futebol, devo está indo até ao Japão em Dezembro de 2007 a convite de um clube da primeira divisão desse país para implantar toda a estrutura médica-esportiva objetivando o maior ganho de performance atlética com fundamentação científica. Parece que alguns países estão entendendo que a experiência da medicina esportiva do Brasil é muito boa. Bom, Prof. Café, precisando de mim, disponha, espero que essa informações possam lhe ajudar.
Um abraço,

Um comentário:

  1. Pena os pequenos clubes e frequentadores de academias não dar importância à este tipo de informação e subestimar o auxílio de profissionais qualificados. E assim o uso de suplementos segue desenfreado.

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