quarta-feira, 30 de novembro de 2016

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Capacidade de sprints repetidos e os níveis de potência muscular em jogadores de futebol profissional


Carlos Miguel Porto Almeida

Introdução: os sprints se caracterizam como um tipo de deslocamento muito utilizado por jogadores de futebol, aos quais dependem fundamentalmente de variáveis fisiológicas e podem estar correlacionadas ao desempenho da potência muscular, capacidade física de vital importância para atletas desta modalidade. Objetivo: analisar a potência muscular e a capacidade de sprints repetidos (CSR) em jogadores de futebol profissional. Método: participaram deste estudo 20jogadores de futebol profissional com idades de 19 e 20 anos, do sexo masculino. Antes de iniciarem a coleta de dados, os atletas foram esclarecidos sobre os objetivos do estudo e posteriormente assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados em quatro momentos, juntos ao complexo esportivo e no campo de futebol do Centro de Desportos (CDS) da UFSC, organizados da seguinte maneira: primeiro, os jogadores realizaram medidas inerentes à avaliação antropométrica (massa corporal, estrutura e dobras cutâneas); segundo, foi realizado o salto vertical – Contínuos Jump (CJ), o qual consistiu na execução contínua de 3 saltos com contra-movimento para análise da potência muscular; terceiro, foi realizado o teste de campo RAST, com protocolo que consiste em efetuar seis sprints máximos de 35 m com 10 s de pausa passiva. Foi registrado o tempo em cada um dos sprints e no quarto momento o CJ foi repetido. Foi utilizada estatística descritiva para a apresentação dos dados. Para verificar se houve diferença nos níveis de potência antes e após os sprints repetidos utilizou-se o teste “t” de Stundent. Para verificar as correlações entre os sprints  e a potência muscular utilizou-se correlação linear de Pearson. O nível de significado foi de p≤0,05. Resultados: não foi verificada diferença significativa nos níveis de potência muscular mensurados antes e depois da realização dos sprints (t=0,58; p=0,57). Entre os tempos dos 6 sprints encontraram-se diferenças significativas (F=122,8; p<0,001), exceto entre o 5º e o 6º (p=0,06) Foi encontrada correlação significativa entre a altura no CJ obtida antes da realização dos sprints (Ha) e o tempo do primeiro sprint (T1) (r=0,62; p=0,01); entre Ha e tempo médio nos sprints (TM) (r-0,58; p=0,01); entre Ha e o melhor tempo nos sprints (MT) (r=-0,60; p=0,01) e entre o TM e o MT nos sprints (r=0,95; p=0,01). Não foiencontrada correlação significativa entre a altura no CJ depois nos sprints (Hd) e o sexto sprint (T6) (r=-0,43; p=0,06). Conclusões: os futebolistas deste estudo foram capazes de manter os níveis de potência muscular após a realização dos sprints; a performance nos sprints repetidos sofreu uma queda significativo até o quinto sprint, sendo mantida no último; por fim, a performance nos sprints esteve relacionada com os níveis de potência.  

Prof. Ms. Carlos Miguel Porto Almeida está lançando um livro referente à dissertação de mestrado em Cineantropometria e Desempenho Humano (UFSC). Almeida é professor do curso de Graduação e Pós-Graduação em Educação Física na UNOESC Campus de Chapecó e também é gerente operacional de futebol da Ass. Chapecoense de Futebol

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Método de transição funcional com valências múltiplas

Janilson Quadros

     Desenvolvido juntamente com o Preparador Físico Especialista em Performance do Treinamento, José Lummertz, o Método de Transição Funcional com Valências Múltiplas visa de maneira integrada aproximar a transferência do atleta do departamento médico para o departamento de preparação física do clube. Definimos, em conjunto, manobras de treinamento e retreinamento para que o atleta possa voltar gradualmente ao ritmo normal anterior à lesão, sem prejuízo de reincidência da mesma. Utilizamos exercícios que façam o atleta retomar seus movimentos e condicionar novamente em todas as valências necessárias para sua melhor performance.

   Este método nada mais é do que a fase final da reabilitação e o início do condicionamento físico do atleta. É aplicado em atletas de futebol profissional quando estão se transferindo do Departamento Médico para os Trabalhos de Campo (condicionamento físico) e é supervisionado pelo fisioterapeuta e preparador físico. Porém, para entender este método é preciso saber como funciona todo o processo de reabilitação do atleta, do primeiro minuto após a lesão até estar apto e pronto para o treinador. O desenho abaixo ilustra o processo de reabilitação.


Para relembrar, a reabilitação divide-se em três fases:

Fase 1 – Fase Clínica: momento em que o objetivo está na diminuição do processo inflamatório, reativação da ADM, reforço da musculatura e fase proprioceptiva.

Imagem de arquivo

Fase 2 – Fase de Movimentos Específicos: nesta fase, o atleta já está em fase final de readaptação muscular. Portanto, inicia-se com movimentos específicos, ou seja, os gestos utilizados dentro do campo. Por exemplo, os zagueiros realizam movimentos como: antecipação, cabeceios, coberturas, etc. Assim, chega-se próximo de uma simulação do que o atleta realiza em campo. Mas ainda mantêm-se circuitos proprioceptivos e pliométricos para melhora da estabilidade.



Fase 3 – Fase de Transição: quando o atleta está deixando a fisioterapia e entrando na fase de recondicionamento com o preparador físico. Nesta fase é muito importante possuir uma Comissão Técnica em sintonia. Aqui há a combinação das três fases: Inicialmente, o atleta realiza uma reavaliação no DM. Após, realiza movimentos específicos; e, por último, o condicionamento físico (retreinamento). O trabalho final de recuperação dos atletas, visando colocá-lo apto para o treinador, determina-se fundamentalmente após a utilização do Método de Transição Funcional com Valências Múltiplas, onde se finaliza o Trabalho da Fase de Transição do Departamento de Fisioterapia e iniciam-se as atividades de campo dentro da Preparação Física.



O Método de Transição Funcional com Valências Múltiplas é aplicado entre a Fase 3 e o Condicionamento Físico. Neste momento atuam fisioterapeuta e preparador físico juntos. 

Ao mesmo tempo em que o atleta realiza exercícios com os movimentos específicos da sua posição tática elaborados pelo fisioterapeuta, intercala exercícios aeróbico/anaeróbico desenvolvidos pelo preparador físico, executando assim, um circuito funcional com valências múltiplas. Desta forma, acelera-se a devolução do atleta ao treinador em razão dos trabalhos com movimentos funcionais utilizados em campo somados ao trabalho de condicionamento físico. 



Do ponto de vista da Preparação Física, a interação com o Departamento Médico é fundamental o acompanhamento de todo processo de recuperação do atleta, desde o momento da lesão até as fases finais do tratamento são imprescindíveis em todos os aspectos: psicológico, de reabilitação e de recondicionamento. Sempre há de considerar as valências físicas do atleta: flexibilidade, força, força estática, força explosiva, resistência muscular local, resistência anaeróbia, resistência aeróbia, velocidade de movimentos, velocidade de reação e agilidade.

      Portanto, dentro de todo o processo de reabilitação de um atleta há sempre movimentos direcionados àqueles executados dentro do campo. Após a Transição Funcional com Valências Múltiplas, o atleta estará completamente liberado do Departamento Médico, podendo assim realizar a finalização do condicionamento físico e, posteriormente, a sua reintegração ao grupo.