sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Ainda sobre energéticos

O tema consumo de bebidas energéticas não precisa parar. E para fomentar a discussão separamos um vídeo para você. Escute, analise e faça suas ponderações!


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Oman Club na Oman Premier League

O Oman Club jogará na próxima quarta-feira (13/11) pela Oman Premier League, primeira rodada. Depois de uma pré-temporada fortemente trabalhada, algumas novas contratações, três atletas da seleção principal de Oman, o objetivo e a expectativa é de termos uma equipe competitiva nesse desafio.  


sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Energia até que ponto?

As bebidas energéticas foram criadas com intuito de fornecer substancias estimulantes para acelerar o metabolismo do corpo ou mantê-lo em ritmo alto por um período maior de tempo. Substâncias essas que também amenizam a sensação de cansaço e fadiga. Porém, passado o efeito fisiológico as consequências do uso da bebida aparecem. 
  O consumo da bebida energética está em constante crescimento e nessa soma encontramos, de maneira controvérsia há algumas indicações, atletas de futebol utilizando a bebida e indagando profissionais da área. O questionamento levantado pelo Preparador Físico Claudio Café quando atuava no futebol árabe, com índices altos de utilização de tais bebidas pelos atletas, e também do Professor José Lummertz, ao fisiologista Paulo Roberto do departamento médico do GR Barueri que é professor responsável pela área de fisiologia do Curso de Medicina Esportiva do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo, nos leva à reflexão.  
Energéticos contém uma grande quantidade de cafeína que em 10 minutos após o uso da bebida induz a estimulação do Sistema Nervoso Central (SNC), propiciando maior quantidade de trabalho físico pelo organismo. O problema é que esse estímulo leva ao esgotamento das reservas orgânicas de minerais importantes do corpo, como o ferro que age na formação da hemoglobina e transporta oxigênio para o organismo, e espoliando eletrólitos importantes cálcio, magnésio, potássio desidratando o atleta. O fisiologista Paulo Roberto explica: “Além disso, o energético pode afetar a resposta do coração dos atletas, pois a adrenalina proveniente do sistema nervoso simpático é um hormônio que potencializa o seu trabalho cardíaco podendo gerar arritmias no coração e liberando grande quantidade de adrenalina dos neurônios.”
Para o professor José  Lummertz a ideia é buscar alternativas para evitar o uso de energéticos entre os atletas de futebol e assim também reduzir os ricos: “Embora nós profissionais em sua maioria, inclusive eu, somos contrários a utilização, sabemos que vários atletas fazem uso, se sentem bem e fortalecidos com tais subterfúgios, é bom sempre avaliar estudar e orientar para que tais produtos sejam evitados. Desta maneira reduzindo as que consequências a curto, médio e longo prazo possam acontecer.” O fisiologista Paulo Roberto concluí que “a regrinha é: uma boa carga de carboidratos antes das partidas para aumentar os depósitos de glicogênio do músculo e do fígado, hidratar com certa frequência os jogadores na partida, a cada 15 ou 20 min com 200 ml de pelo menos água, e após as partidas começar o processo de recuperação.”

Fonte:

Trocas de e-mail entre as fontes citadas no texto. 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Oman Club Today

Today at the TC Oman Club in Muscat City while I was waiting for the athletes with the stations ready for the exercises!






quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Oman Club

Again in Arab soil, I return to my career with a renewed mind, memories of the past saved and ready for the new challenge, a new club, a new country. I entered the Oman Club based in the city of Muscat, Oman. The club is currently playing in the Oman Premier League League of Oman Football Association. I continue with my principles of dedication, serious work and search for results to achieve new achievements and goals.






E o que eles dizem?


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Voltamos!

Após um breve período afastado, avaliando o mercado e as propostas recebidas, decidimos aceitar uma oferta. Iremos retomar a carreira com pensamento positivo, mente reciclada, otimistas com os novos desafios. Nos próximos dias vamos divulgar o clube e as novidades dessa nova etapa. 


sexta-feira, 11 de agosto de 2017

E o que eles dizem?

Separamos alguns depoimentos sobre pessoas que conhecem ou conviveram com o professor José Lummertz. Confere aí o que eles dizem! 


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Futebol Braining

O conceito do Football Braining, que tem sido desenvolvido por Raymond Verheijen em continuidade à sua surpreendente teoria da Periodização no Futebol, parte do pressuposto de que:
a) O dualismo, tal como concebido pelo filósofo francês René Descartes, simplesmente não existe! Não, pelo menos como na clássica separação: mente / corpo.
b) Na verdade, a “mente” não existe como algo separado do corpo e tudo seria “físico”, pois o cérebro é estrutura física pertencente/inserida a/em um corpo;
c) Logo, fadiga que afeta o físico, o corpo, se estenderia também à estrutura física chamada cérebro, porém, o cérebro fadiga ou deixa de exercer sua “tarefa” antes da fadiga dos músculos, por exemplo…
Bem, ainda está um pouco vago, então, vamos prosseguir com o nosso raciocínio…
Considerando as esferas do consciente e do inconsciente de cada pessoa, teríamos, de modo genérico, as seguintes características para cada um destes “compartimentos”:

Enfim, várias outras analogias poderiam ser inseridas na figura acima…
Isto posto, quero usar em exemplo prático muito interessante, tanto por ser recente, como também por ter ficado marcado na memória como um dos mais memoráveis duelos da história do futebol mundial, que foi o jogo de volta pelas oitavas de final da Champions League entre Barcelona e PSG, no dia 08/03/2017.
Relembrando o contexto, o PSG havia vencido o jogo de ida, em Paris, por 4 x 0. Uma façanha que, todos hão de concordar, colocava o time francês já com um pé na fase seguinte da Europa Champions League.
Veio então o jogo de volta em Barcelona e o que se viu foi simplesmente fantástico! Um jogo que pareceu mais uma “montanha russa”, tamanhas as oscilações no placar e no ânimo dos jogadores das duas equipes. Não vou dizer inacreditável, pois no futebol, e ainda mais sendo em questão um time com a qualidade ofensiva de um Barcelona, com seu fabuloso trio “MSN”, pode se esperar de tudo!
Vamos então aos fatos:
Para o Barça, o jogo começa com um placar adverso de 4×0 e o adversário não é qualquer um, mas o excelente time do PSG. O consciente diz aos jogadores do Barça que é difícil mesmo, quase impossível. O consciente também diz aos jogadores do PSG que, claro, estão jogando contra o Barcelona, na Espanha, então devem ter muito cuidado, mas, ao mesmo tempo, é natural que haja um certo sentimento de segurança estribado no dilatado placar favorável conquistado em Paris.

O jogo:
  • Início da partida e logo aos 2 minutos, Suárez abre o placar. Vibração intensa e um reforço na esperança, pois agora faltariam “apenas” mais 3 gols para pelo menos levar a decisão para os pênaltis… Mas… é inegável que ainda falta muita coisa…

O jogo é duro e o Barça não consegue furar o bloqueio francês, até que, aos 39 minutos Kurzawa faz gol contra e agora o Barça só precisa de mais 2 gols para levar aos pênaltis, tendo ainda um segundo tempo inteiro pela frente.


Logo aos 4 minutos do segundo tempo, Messi faz 3×0… Sim é possível!!! A parede do consciente vai ficando cada vez mais fina, mas sabe-se também que, à medida em que o tempo de jogo passar, ela pode voltar a crescer e o pensamento de impossibilidade aumentará de modo inversamente proporcional.


Aos 16 minutos, Cavanni desconta para os franceses e é como uma ducha de água fria na fervura do time catalão. Está liquidado! Foi o sentimento geral, uma vez que o Barça teria agora que fazer mais 3 gols (fator gol marcado na casa do adversário e eliminada a possibilidade de disputa de pênaltis), faltando pouco mais de 30 minutos de jogo. Como estará o consciente/inconsciente dos dois times agora?


O tempo vai se esgotando até que, aos 42’, Neymar de falta, faz 4×1… Será?! Mas o jogo está no fim e ainda faltam 2 gols…


Aos 44, Neymar de pênalti faz o 5º e aí já não existe mais a barreira do consciente para dizer que não vai dar! Os minutos finais do jogo viram linha contra defesa e o Braça só faltou colocar até mesmo o seu goleiro na área do PSG!


Aos 49, Neymar, confirmando a mais grandiosa apresentação de sua carreira até os dias de hoje, alça uma bola milimetricamente aos pés de Sergi que torna realidade o que todos julgavam impossível! 6×1!!!


Catarse total! Só o inconsciente existe agora! Uma façanha! Épico! Incrível! Inesquecível!!!


Independentemente se houve erros da arbitragem ou não, foi um jogo cujo final foi para se assistir de pé! Pura emoção!

Significa, por exemplo, que: Ao final deste jogo, mesmo fadigados, cada jogador do Barcelona seria capaz de dar o seu MELHOR SPRINT do dia para marcar aquele sexto gol que lhes faltava para garantir a classificação! O cérebro comanda, o cérebro é físico!
Onde quero chegar com este relato? Ao fato de que, da mesma maneira como existem nos conceitos da Periodização no Futebol as chamadas Football Actions: “MELHORES AÇÕES (EXECUÇÕES EFICIENTES) + MAIS AÇÕES POR MINUTO (RITMO DE JOGO) + MANTER BOAS AÇÕES (MANUTENÇÃO DE BOM NÍVEL DE EXECUÇÃO TÉCNICA/TÁTICA) + MANTER MAIS AÇÕES POR MINUTO (MANUTENÇÃO DE RITMO ELEVADO ATÉ O FIM DO JOGO)”, há também o que, de modo não muito exato, nos acostumamos a chamar de “atleta mentalmente forte”.

Na verdade, o mais correto seria chamar de atleta com elevada capacidade de Football Braining, que é, em analogia ao Football Actions, a capacidade de “PENSAR AS AÇÕES DO JOGO + PENSAR NA PRÓXIMA AÇÃO DO JOGO + MANTER PENSAMENTO NAS AÇÕES DO JOGO + MANTER PENSAMENTO NA PRÓXIMA AÇÃO DO JOGO”
Mas afinal, o que é isso? Na verdade é o jogador que está 100% presente no jogo. Em outras palavras, ele está DENTRO do jogo, seu cérebro é inabalável! Não há fator externo que o faça se desviar de sua função/missão/tarefa, ou do que está acontecendo dentro de campo! Não há torcida a favor ou adversária, não há erro de arbitragem… Só há o jogo ao qual ele se dedica integral e intensamente! É o que os leva a conseguir um placar de 6×1 como o do Barcelona contra o PSG… E isso pode ser treinado, pode ser condicionado!

Francisco Ferreira
www.ceperf.com.br 

quarta-feira, 19 de julho de 2017

O futebol de ataques rápidos e transições: por que a dificuldade em se propor o jogo só cresce no Brasil? - por Renato Rodrigues, do DataESPN

O Botafogo de Jair Ventura, que derrubou gigantes na Libertadores, vai melhor com um estilo reativo

Lá se foram três anos do 7 a 1 e alguns paradigmas, aos poucos, vão sendo quebrados no futebol brasileiro. É possível ver, mesmo que ainda sem a velocidade ideal, alguma evolução no esporte por aqui. E existe um movimento  de ruptura neste momento que fomenta determinadas discussões sobre o futebol no Brasil. Uma delas, e que começa a ganhar corpo nos últimos meses, é sobre a crescente dificuldade de se propor o jogo. E o nosso parâmetro, como não poderia ser diferente, é o Campeonato Brasileiro de 2017.
Então vamos lá. Primeiro é bom ressaltar que essa reflexão fica ainda mais importante ao olharmos sob o ângulo do que é a cultura do futebol no Brasil. O jogar bem para nós está diretamente ligado ao fato de ter a bola, de se construir através do refinamento técnico de nossos jogadores. Toques rápidos, tabelas, dribles... Propor o jogo é o futebol ideal e chega a ser "obrigação" para qualquer brasileiro, principalmente quando se trata de equipes de maior expressão ou poderio financeiro. 
Por conta disso somos predispostos a torcer o nariz para equipes "defensivas". Vemos na retranca algo a ser combatido.  Sinceramente, não vejo nenhum problema em acreditar e executar tal estratégia. Simplesmente por que jogar bem, ao meu ver, está ligado à execução da proposta e das ideias, desde que elas existam. E sabemos que é rotineiro ver equipes que nem um plano parecem ter. Nestes casos o buraco é muito mais embaixo.
É possível jogar bem e ter o controle de um jogo sem a bola. Neste caso, equipes apostam em uma postura mais reativa, que nada mais é que não tomar as rédeas do jogo, mas sim responder às ações do oponente. Tento sempre enxergar o futebol de uma forma mais democrática, entendendo que existe espaço para todos e diferentes formas de se ganhar uma partida ou campeonato. No entanto, precisamos nos preocupar quando já não enxergamos com tanta clareza estas diferentes ideias de jogo. Já que elas são tão normais. A situação fica alarmante quando caminhamos (TODOS!) para a mesma direção. 
Vivemos sim um período de grande dificuldade em ter a bola. São cada vez mais raras as equipes que conseguem atuar de forma propositiva em solo brasileiro. Vemos, progressivamente, os gols sendo construídos por meio de contra-ataques. Não podemos confundi-los com ataques rápidos, que são uma situação diferente. Neste caso, temos um exemplo que tem acontecido muito: induz o adversário a defender uma zona do campo, tira essa bola da pressão e ataca com velocidade no lado oposto, já com o adversário desequilibrado. Apesar de ser uma construção mais trabalhada, ainda se trata da velocidade a qualquer custo. Os dois gols na partida entre Cruzeiro e Flamengo, no último domingo, são grandes exemplos do quanto falta espaço e repertório para se criar através de uma posse mais trabalhada (veja a análise abaixo).  
Ideias semelhantes na marcação e pressão; DataESPN analisa jogo entre Cruzeiro e Flamengo
O Grêmio talvez seja a equipe que melhor lida com a posse por aqui. Com um jogo de passes envolventes, seguidos movimentos de apoio, mobilidade e muita infiltração, o time de Renato Gaúcho é quem mais se aproxima do Jogo de Posição, conceito turbinado por Pep Guardiola desde os tempos de Barcelona. Usa vários fragmentos da ideia geral, talvez até mais próximo do conceito de Ataque Posicional (que é um braço do Jogo de Posição), mas como ponto principal do seu modelo a necessidade de ter a bola.
Líder do Brasileirão, o Corinthians ainda vive um momento de implantação de ideias. Iniciou o ano de uma maneira mais pragmática, preocupado primeiro em se defender bem. Temos também que levar em consideração que isso se deu muito pela necessidade de resultados imediatos, já que Fábio Carille, antes de tudo, precisava de segurança para ao menos pensar em construir alguma coisa no cargo. Atualmente, os alvinegros desenvolvem melhor essa construção ofensiva. Se baseia nas triangulações e ataque aos espaços para superar as defesas rivais.  Por conta de partidas como contra Palmeiras e Grêmio, ambas fora de casa e quando optou estrategicamente por dar a bola ao adversário, ainda sofre com o rótulo de retranca, coisa que já se distanciou a bastante tempo. 
O exemplo do Corinthians já nos traz um primeiro ponto importante sobre esta discussão. Sempre pressionados a entregar vitórias (e para ontem!), independentemente de como elas venham, nossos treinadores buscam os atalhos. Dançam conforme a música e se preocupam primeiro em se defender bem, já que ao menos o empate está garantido nesta ótica. Mesmo que sem desempenho, os resultados podem aparecer e dar sustentação para caminhos mais longos à frente dos clubes. Quando não aparecem, rua! Ou seja, a nossa cultura imediatista, de alguma forma, interfere diretamente na qualidade do nosso jogo.
Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras, os maiores investimentos do país, ainda buscam suas identidades e oscilam justamente por não terem dominado totalmente essa fluidez ofensiva quando estão com a posse. No caso dos paulistas, temos que levar em conta a ruptura de um trabalho no meio do percurso. Trocar Eduardo Baptista por Cuca foi como substituir água por vinho. O mérito nem é sobre um ser melhor que outro, mas sim da imensidão de diferenças de as ideias entre eles. Então, temos um segundo ponto que entra nessa reflexão sobre propor melhor o jogo em território nacional. Os clubes, a cada contratação e demissão, comprovam que não sabem nem o tipo de futebol que querem praticar. Sem modelo, sem norte...
Agora vamos aos pontos mais técnicos do assunto, que não estão diretamente ligados à má gestão e a cultura do nosso futebol. Está cada vez mais evidente que o futebol é algo cíclico. Novas ideias surgem, novos antídotos são criados. Se cria uma posse de bola mortal, aparecem organizações capazes de dizimá-las. Retrancas ganham, são furadas e depois perdem. Se joga com linhas defensivas de três, quatro e agora até cinco... Tudo dentro de se criar e resolver problemas, que é o que explica bem a lógica do futebol em si. E ainda com o "agravante" de que a velocidade e os números de ações por minuto só crescem na modalidade. É óbvio que, com o futebol mais veloz, as jogadas de gols tendem a ser mais rápidas. Mas existe alguns pontos a serem discutidos ainda.
Eis que sempre surge a velha expressão: "Destruir é bem mais fácil do que construir!". Não vejo deste modo. Encaro apenas como coisas distintas e que, sem conhecimento e conteúdo, nenhum treinador consegue desenvolver. Ambas são difíceis de fazer com máxima eficácia, mas são bem diferentes de serem trabalhadas. Defender, no futebol praticado atualmente, está muito atrelado ao conceito de se controlar espaços. Naturalmente acabam por ser movimentos mais mecânicos e combinados. Flutuação do bloco defensivo, linhas de coberturas, maneiras de induzir os adversários a atacar de uma certa forma ou lado... Todas ideias que, bem estimuladas e repetidas, costumam surtir efeitos mais imediatos. É mais racional e menos emocional.
Preocupados com seus empregos e em ter mais "tranquilidade" para atacar, os treinadores brasileiros absorveram mais rapidamente estas "fórmulas" para proteger suas metas. Hoje, definitivamente, defendemos muito melhor e de uma forma muito mais organizada se olharmos para cinco temporadas atrás. Tite, atual treinador da Seleção Brasileira e que sempre buscou na escola italiana os exercícios e comportamentos defensivos, talvez seja uma das maiores referências e inspirações no que se refere ao trabalho de linha defensiva no país. Junto de Mano Menezes, que também domina estes conceitos da linha de quatro, praticamente criou uma identidade para o Corinthians, que atualmente colhe seus frutos. De certa forma, isso virou uma influência por conta de todos os resultados atingidos. O problema é que, em várias situações, as influências são mal compreendidas.
Vemos por todos os cantos ideias, seguidores e execuções de maneiras totalmente diferentes. Afinal, as referências no futebol podem ser as mesmas, mas a forma como você as trabalha são sempre distintas. Temos sempre que levar em conta vários fatores do futebol, tanto internos quanto externos. Para quebrar qualquer argumento de que existe uma "cartilha da vitória", temos logo de cara o fato de que os atletas nunca são os mesmos. Nós, como indivíduos, não somos. Então não adianta copiar nada. Você pode sempre ter uma referência e trabalhar dentro dela, mas os resultados serão sempre heterogêneos. 
Atualmente Tite é um treinador mais completo. Já se colocou, mais uma vez, à frente do tempo por aqui. Agora compreende melhor os nuances da construção ofensiva. Seu trabalho à frente da Seleção e no Corinthians de 2015, já nos mostra um maior equilíbrio entre as diferentes fases do jogo. Um caminho que, mais cedo ou tarde, os outros treinadores vão começar a desbravar, já que atacar nos remete a outros conceitos e particularidades. Nem mais fácil nem mais difícil. 
A palavra criar, por si só, nos explica muita coisa. Atacar, gerar espaços, achar o improvável dentro de todo um sistema organizado, exige muito do senso imaginário dos jogadores. Do aleatório, da sua capacidade de improvisação para diferentes situações que terá pela frente. Serão frações de segundo para escolher uma decisão dentro de centenas possíveis. E isso sempre dentro de um contexto coletivo, com a necessidade de escolher a mesma coisa que o companheiro e, principalmente, que pegue seu oponente desprevenido. Trata-se de um conceito bastante complexo e que tive contato faz pouco tempo, chamado de Comunicação no Futebol. É uma ideia teorizada e aplicada na Periodização do Futebol, do holandês Raymond Verheijen.
Comunicar os atletas dentro de campo, em diferentes setores, exige tempo e muita repetição. Qualquer que seja o treinamento escolhido, trabalhar essa conexão é imprescindível. Principalmente por se tratar de uma comunicação não-verbal. Os movimentos, os sinais corporais, as reações dentro de um momento do jogo... Tudo isso pode e deve ser estimulado no dia a dia. Mas é praticamente impossível adquirir tamanha sintonia já que raramente é possível trabalhar com um só elenco durante toda uma temporada. Por aqui se constrói e se desfaz um plantel a cada seis meses. E sem falar na realidade do nosso calendário onde vivemos no ritmo do joga, recupera, joga, recupera... 
Todos estes argumentos usados até aqui, apesar de relevantes, também não podem servir como muletas para treinadores que não buscam esse algo a mais. Sabemos que alguns profissionais que vivem sentados nos nomes e nas conquistas passadas. Claro que cada caso é um caso, mas ter todo esse cenário difícil pela frente não pode ser uma desculpa definitiva para os problemas no dia a dia. Cabe a cobrança e o questionamento sobre o que tem sido desenvolvido em seus respectivos clubes. Para isso, é necessário um melhor entendimento do jogo de todos que o cercam: imprensa, gestores, dirigentes, torcedores, jogadores...  
Consegue perceber o quão complexo é toda essa discussão? O número de fatores que implica na qualidade do jogo que praticamos no Brasil? De como é impossível apontar um só vilão dentro de todo um universo caótico como este?  Cabe a nós, cada vez mais, pensar melhor o futebol e tirar nossas próprias conclusões. Afinal, você está contente com a qualidade que assiste de quarta e domingo? Eu não.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Irrevogável clichê, mas é muito mais que futebol

Fazendo uma análise sintética, sobre este meio, apaixonante, com suas ilusões e desdobramentos, nas diversas esferas dos mecanismos que o cercam, óbvio perceber que o futebol vai muito além de apenas um jogo ou da bola rolando. Hoje virou clichê dizermos que futebol “é muito mais que futebol”, porém não há como fugir: é muito mais que futebol.
Ao longo de muitos anos atuando no meio profissional, em equipes dos mais diversos níveis, percebemos o quanto, em sua grande maioria das vezes, os atletas passaram inúmeras dificuldades até atingirem o seu ápice. E por vezes contando além do talento natural, predisposição física e biológica ao desporto, precisam contar com o fator sorte.

Sim, sorte e trabalho parecem andar juntos. Jogadores profissionais de futebol precisam de uma boa oportunidade para crescer, precisam um bom treinador para observá-los, como também necessitam de um clube com estrutura mínima para dar condições de evolução, além de profissionais capacitados e dedicados a colaborarem neste processo. Um outro aspecto que é quase regra, como em qualquer outra profissão, é a dedicação. São raros os casos de atletas ou possíveis atletas que obtém níveis maiores sem disciplina e determinação.
Agora, não é só aos atletas que estas diversas situações se impõem. Ao longo da carreira para todos os demais profissionais envolvidos no mundo futebolístico, a regra é semelhante. Determinação, dedicação, estudar e evoluir sempre. Trocar ideias, metodologias e planejamentos, discutir, alinhar e realinhar, nada simples, que ao entrar em campo, poucos percebem o tamanho dos desafios superados para enfim o futebol ser apresentado ao seu público.
E para tudo isso acontecer os agentes, amigos, contatos, televisão, DVDs, vídeos, YouTube, analistas,  todos podem ser o link, ou seja, o ponto de partida para chegar ao alvo, por isso é necessário manter contatos sempre ativos para que surjam novas possibilidades. Poucas profissões podem te oferecer o futuro incerto e instável como o desporto competitivo, você pode estar hoje no interior do Brasil e dois dias depois estar no oriente, por exemplo. Assim, manter uma rede de contatos é ter um suporte, uma base de informações, como também de poder trocar favores ou serviços. 
Resumindo, há que se manter atento, ligado, focado, determinado, falando com todos, dando atenção a tudo. Para que enfim, tudo aconteça, além da bola rolando.

É muito mais do que futebol.

[Texto por José Lummertz]