segunda-feira, 20 de março de 2017

Lei Caio Júnior: uma correção no futebol brasileiro

Eles olham. Observam cada passo. Olham de novo, passam a mão na barba, no cabelo, pensam o que tem de errado, o que tem de bom, o que precisar mudar. Algumas noites ficam acordados, desenvolvem o que talvez seja a melhor estratégia para o momento. Os resultados são norteadores dos seus dias.
Segundo Dorival Junior, em entrevista para o Globo Esporte, quase 70% dos treinadores de futebol no Brasil, não tem carteira assinada. A profissional de treinador de futebol não é regulamentada, ou seja, é uma profissão sem direitos ou garantias, diferente das profissões que possuem regulamentação própria com piso salarial e horas definidas para uma jornada de trabalho. 

O deputado José Rocha, propôs um projeto de lei (7560/2014) para a regulamentação da profissão de treinador de futebol e que recebeu o nome de Caio Júnior, uma das vítimas da queda do avião que transportava o time da Chapecoense na Colômbia em novembro de 2016. Caio Júnior era técnico da equipe.
O futebol brasileiro é quem mais perde com a falta da regulamentação da profissão. Muitos profissionais acabam trabalhando apenas por resultados, e para Zé Mario, presidente da Federação Brasileira de Treinadores de Futebol, muitos dirigentes e alguns da imprensa criticam os treinadores brasileiros, porém deveriam reciclar suas ideias na Europa. “Não conseguirmos fazer com que o atleta evolua e muito menos o time. Estamos sempre preocupados em ganhar e isso muda totalmente a direção do trabalho. Muitos não têm medo de perderem o emprego, mas sim de não conseguirem contribuir para a evolução do futebol brasileiro”, analisa Mario.
Foto: Cleberson Silva/Chapecoense
Uma correção para o futebol no Brasil. É desta maneira que o projeto de lei é considerado. Uma correção que também precisa olhar para auxiliares, preparadores físicos e de goleiros, e as demais profissões que são envolvidas no esporte.

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