Eles
olham. Observam cada passo. Olham de novo, passam a mão na barba, no cabelo,
pensam o que tem de errado, o que tem de bom, o que precisar mudar. Algumas
noites ficam acordados, desenvolvem o que talvez seja a melhor estratégia para
o momento. Os resultados são norteadores dos seus dias.
Segundo
Dorival Junior, em entrevista para o Globo Esporte, quase 70% dos treinadores
de futebol no Brasil, não tem carteira assinada. A profissional de treinador de
futebol não é regulamentada, ou seja, é uma profissão sem direitos ou
garantias, diferente das profissões que possuem regulamentação própria com piso
salarial e horas definidas para uma jornada de trabalho.
O
deputado José Rocha, propôs um projeto de lei (7560/2014) para a regulamentação
da profissão de treinador de futebol e que recebeu o nome de Caio Júnior, uma
das vítimas da queda do avião que transportava o time da Chapecoense na
Colômbia em novembro de 2016. Caio Júnior era técnico da equipe.
O
futebol brasileiro é quem mais perde com a falta da regulamentação da
profissão. Muitos profissionais acabam trabalhando apenas por resultados, e
para Zé Mario, presidente da Federação Brasileira de Treinadores de Futebol,
muitos dirigentes e alguns da imprensa criticam os treinadores brasileiros,
porém deveriam reciclar suas ideias na Europa. “Não conseguirmos fazer com que
o atleta evolua e muito menos o time. Estamos sempre preocupados em ganhar e
isso muda totalmente a direção do trabalho. Muitos não têm medo de perderem o
emprego, mas sim de não conseguirem contribuir para a evolução do futebol
brasileiro”, analisa Mario.
Foto: Cleberson Silva/Chapecoense |
Uma
correção para o futebol no Brasil. É desta maneira que o projeto de lei é
considerado. Uma correção que também precisa olhar para auxiliares,
preparadores físicos e de goleiros, e as demais profissões que são envolvidas
no esporte.
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